Irônicamente sorrio, não um riso qualquer, mas um cumprimento ao mundo a vida, um alegre sorriso a cidade.
As sombras dos prédios cortam as avenidas, que num sobressalto explodem em buzinas e a fumaça densa, deixa o ar pesado e opaco.
O delírio do cotidiano é amnésico, o mecanismo insólito que o prova, o renova na mesma proporção e a gama neurótica se reproduz, instantaneamente como num ato de prazer, ou num piscar de olhos.
O mórbido instante de pensamentos lancinantes, tenta construir algo, mas só realiza uma nuvem ímpar e pesada, que circula alucinada na camada do cérebro, sem destino ou parada certa.
Um jato gelado de água, escorre pelo corpo, desbravando todos os caminhos intactos. Os pensamentos que juntos com os pingos d'água se precipitam ralo abaixo, já não tem mais sentido. Não tem mais uma rota segura, um lugar reservado mas, sim um destino ignorado, incerto.
O relaxamento corporal, dispara sua verve animal libidinosa, reanima todos os neurônios, que pulsam como se fosse um novo nascimento. Surgindo um ato sutil e despreocupado, como se uma relação de amor começasse ali e finalizasse naquele instante.
Um afago involuntário, um toque no abajur, o pijama de mangas compridas, uns pingos de uma fragrância cítrica, um sono relaxante e sonhos seqüenciados, embora não lembrados na sua totalidade.
Nas ruas, as sombras, os carros, as pessoas e suas faunas florescem, grandiosamente com suas tribos diversas e pinturas de guerrear, numa confusão mental entre o bem e o mal, num tumulto providencial de inferno e paz.
A lua faz a sua caminhada sem se importar com nada, apenas reflete a sua luz prateada emprestada, fazendo a sua parte. O novo dia se aproxima.
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